Gestão de riscos de Privacidade e Cibersegurança nas cadeias de suprimento: a importância do monitoramento proativo de fornecedores
O risco de terceiros não é mais periférico: ele deve estar no centro da segurança das organizações, não sendo vinculado apenas à etapa de contratação de fornecedores.Outros temas relevantes para você:
LGPD e a explosão dos riscos de terceiros
Ataques que exploram fornecedores e prestadores de serviço deixaram de ser exceção para se tornar estatística dominante. O Data Breach Investigations Report (DBIR) 2025 da Verizon mostra que as violações originadas em terceiros duplicaram de 15% em 2024 para 30% em 2025, um salto de 100% em apenas um ano. E a América Latina continua sendo uma das regiões mais vulneráveis à deficiência na governança de fornecedores.
Já a Gartner projeta que, até dezembro de 2025, 45% das organizações no mundo terão sofrido ao menos um ataque à sua cadeia de suprimento digital. Esses números são potencializados por um ecossistema fragmentado: Dados de 2018 mostram que companhias compartilham dados, em média, com 583 fornecedores diferentes e 82% das empresas o fazem com acessos privilegiados (2021).
A gestão de riscos de privacidade em fornecedores — também chamada de Third-Party Privacy Risk Management — é o processo estruturado de identificar, avaliar, mitigar e monitorar os riscos que terceiros representam ao tratamento de dados pessoais confiados à sua empresa. Envolve mapear quais fornecedores coletam, processam ou têm acesso a informações sensíveis, exigir evidências de conformidade (ex.: ISO 27001, SOC 2, relatórios de pen-test), estabelecer cláusulas contratuais robustas (direito de auditoria, SLAs de notificação de incidentes, obrigações de subcontratados) e acompanhar continuamente indicadores como vazamentos, vulnerabilidades críticas e mudanças no “security rating” desses parceiros. Em suma, trata-se de estender a sua política de privacidade e segurança além dos limites da organização, criando uma cadeia de confiança comprovável.
A importância desse controle é dupla. Primeiro, do ponto de vista jurídico, a LGPD deixa claro que o controlador continua responsável mesmo quando o incidente ocorre em um prestador de serviço — multas, danos reputacionais e ações cíveis recaem sobre quem contratou. Segundo, do ponto de vista operacional, fornecedores mal geridos aumentam exponencialmente a superfície de ataque: basta um elo fraco para comprometer dados de clientes, funcionários e segredos de negócios. Ao integrar a gestão de riscos de privacidade dos terceiros à governança corporativa, sua empresa reduz exposição a brechas, acelera auditorias de clientes B2B e reforça a confiança do mercado, transformando a segurança de dados em vantagem competitiva, não em obstáculo à inovação.
Gestão da Cadeia de Suprimentos: Risco invisível, impacto direto na privacidade e proteção de dados
No Brasil, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) obriga o controlador a “utilizar fornecedores que demonstrem medidas de segurança aptas a proteger os dados” (arts. 37 e 39).
Segundo dados obtidos dos relatórios da ANPD, o número de incidentes de segurança envolvendo dados pessoais segue em trajetória ascendente. Somente até junho de 2025, já haviam sido notificados 185 casos — quase o total de todo o ano de 2021. Entre os incidentes mais recorrentes estão roubo de credenciais, engenharia social e acesso não autorizado a sistemas — todos comumente explorados diretamente ou por meio de terceiros.
Vale lembrar que a LGPD exige notificação à ANPD apenas quando há risco relevante ao titular dos dados. Isso significa que muitas ocorrências permanecem fora das estatísticas públicas. O que se vê é apenas a superfície — a maior parte dos riscos segue invisível, sem que a liderança empresarial tenha consciência de sua extensão real.
Adequação à LGPD: Não basta controlar na contratação, é preciso de governança
Um programa eficiente de gestão de terceiros não pode se limitar à homologação inicial. A governança precisa ser contínua — envolvendo processos de prevenção, controle e aprendizado. De forma simplificada, é preciso atuar em três frentes:
- Antes do contrato: análise de riscos, due diligence técnica, cláusulas contratuais específicas;
- Durante o contrato: auditoria periódica, classificação de fornecedores, monitoramento de acessos e análise de conformidade via KPIs e evidências;
- Após o encerramento: revogação segura de acessos, documentação e atualização da matriz de riscos.
Além disso, ferramentas modernas como CTI (Cyber Threat Intelligence), plataformas de GRC, e controles de acesso privilegiado (PAM) ajudam a transformar a gestão de terceiros em um sistema proativo. Elas permitem não apenas detectar incidentes, mas antecipar ameaças com base em inteligência de contexto e comportamento.
Em um cenário onde aproximadamente um terço dos ataques aconteçam na cadeia de suprimentos, adotar avaliações anuais não basta: é preciso monitoramento proativo.
A questão central então, não é se a empresa deve cuidar disso — mas como. E, especialmente, com quem. Muitas organizações não têm estrutura interna para acompanhar dezenas de fornecedores com criticidade elevada. O risco cresce à medida que a capacidade de supervisão diminui.
Por isso, cresce a adoção de modelos de gestão especializada de terceiros, nos quais a empresa define seus critérios estratégicos e terceiriza a execução com parceiros qualificados.
A Macher Tecnologia apoia organizações justamente nesse ponto crítico:
- Estruturando modelos de governança e compliance com base em riscos reais;
- Auxiliando empresas a monitorar fornecedores com indicadores técnicos e inteligência aplicada;
- Suportando a produção de evidências para fiscalizações, auditorias e comitês internos de risco;
- Suportando a tropicalização de modelos para o mercado brasileiro.
Esse modelo ajuda a manter a gestão sob controle — sem sobrecarregar times internos ou depender de processos manuais desconectados.
E, adicionalmente, agora suportando os processos de vendas, relatórios do mercado mostram que organizações com programas maduros reduzem o custo de aquisição de clientes B2B, pois superam barreiras de due diligence corporativa já no primeiro contato. Além disso, fornecedores que operam sobre políticas sólidas de segurança entregam time-to-market mais previsível, reduzindo atrasos decorrentes de auditorias emergenciais.
O DPO na Gestão da Privacidade na Cadeia de Suprimentos
O DPO atua como orquestrador entre negócios, jurídico e segurança da informação para garantir que o ciclo de vida de contratação de fornecedores incorpore requisitos de privacidade desde a seleção inicial até o término contratual. Ele apoia a organização na definição dos critérios mínimos de conformidade ou de cláusulas contratuais que assegurem direito de auditoria e SLAs
Durante avaliações de risco e DPIAs, o DPO identifica quais tratamentos o fornecedor executará, classifica o impacto sobre titulares e recomenda salvaguardas técnicas, jurídicas e organizacionais proporcionais ao risco.
Depois da contratação, o DPO (Encarregado pela Proteção de Dados) coordena o monitoramento contínuo: revisa indicadores de postura de segurança, acompanha planos de ação corretiva dos fornecedores e garante que eventuais violações sejam comunicadas dentro dos prazos legais.
Ele também atua como ponto focal com a ANPD e com titulares de dados caso ocorra um incidente originado em terceiros, articulando respostas rápidas e documentadas.
Ao integrar governança, compliance jurídico e operações de segurança, o DPO transforma a gestão de riscos de privacidade em fornecedores em um processo vivo, alinhado ao negócio e capaz de proteger a reputação e os ativos de informação da empresa contratante.
Caso BACEN/PIX: Prejuízo de aproximadamente 800 milhões de Reais
Em julho de 2025, uma falha envolvendo um único funcionário de uma empresa terceirizada foi suficiente para desestabilizar parte do sistema financeiro brasileiro. O caso, que teve como ponto de entrada uma empresa de software (empresa que conectava instituições bancárias ao Banco Central para operações via PIX) resultou em mais de R$ 800 milhões desviados em poucas horas. O ataque não foi sofisticado tecnicamente. Ele aconteceu por um descuido de governança: uma credencial acessível, controle e monitoramento contínuo deficientes.
O episódio chama atenção por sua escala, mas o que realmente importa é o que ele representa: o risco de terceiros não é mais periférico — ele está no centro da segurança das organizações. E o mais grave: muitas empresas continuam tratando a gestão de fornecedores como um processo pontual, vinculado apenas à etapa de contratação.
Apesar da gravidade do caso, ele está longe de ser uma exceção. Em diferentes setores, empresas de todos os portes enfrentam desafios semelhantes: dependem de fornecedores para executar funções críticas, mas não possuem mecanismos adequados para avaliar, acompanhar e reagir a riscos durante a vigência contratual. A confiança depositada no parceiro raramente vem acompanhada de instrumentos técnicos ou operacionais que permitam supervisioná-lo com a devida profundidade. O resultado é uma falsa sensação de controle — e, em muitos casos, uma exposição silenciosa que só se revela quando o dano já está feito.
O caso acima não foi um acidente raro. Foi apenas mais um visível. E ele mostrou o que os dados já vinham sinalizando: os maiores riscos podem estar nos parceiros que você já contratou — e nos acessos que já foram concedidos.
Em um ambiente onde a responsabilidade legal e reputacional recai sobre o controlador, a governança de terceiros deixa de ser uma formalidade contratual e se torna uma exigência estratégica.
Sua empresa está pronta para responder por um erro que não cometeu? Ou prefere estruturar agora a governança que pode evitar a próxima crise?
Pensando nisso, a Macher Tecnologia organizou um checklist exclusivo com os principais pontos de verificação antes, durante e depois da contratação de fornecedores críticos.
Este checklist é baseado em:
• Diretrizes da ANPD para agentes de pequeno porte;
• Práticas internacionais de gestão de riscos (DBIR, ISO, CTI);
• Experiência prática em dezenas de projetos de conformidade e governança.
Baixe gratuitamente o checklist completo e veja onde estão os seus pontos cegos!
Sobre a Macher Tecnologia
A Macher Tecnologia é uma empresa especializada em soluções Digital, focada em privacidade e proteção de dados. No mercado desde 2018, suporta clientes de diferentes indústrias em suas jornadas de conformidade, de forma multidisciplinar e hands-on.
Com uma abordagem inovadora, a Macher Tecnologia auxilia empresas na implementação de estratégias eficazes de conformidade com LGPD e GDPR, fornecendo consultoria, treinamento e ferramentas tecnológicas para gestão de riscos e proteção de dados corporativos.
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