LGPD: Por que Investir em Segurança e Privacidade desde a Concepção é Essencial para sua Solução ou Produto Digital

Entenda como falhas básicas de segurança e ausência de governança em privacidade podem impactar sua solução — e por que times de tecnologia devem atuar como consultores estratégicos, não apenas executores.

Segurança por padrão (security by design): da falha técnica à indisponibilidade

Em setembro de 2025, um aplicativo brasileiro foi descontinuado após a revelação de uma grave falha de segurança que permitia o acesso irrestrito a dados pessoais de seus usuários, por meio de simples requisições GET. Essa vulnerabilidade, que expunha informações sensíveis sem qualquer tipo de autenticação, demonstrou falhas não apenas técnicas, mas estruturais no desenvolvimento da aplicação.

A ausência de barreiras mínimas de segurança e a falta de uma abordagem estruturada de privacidade levaram à retirada do serviço das lojas de aplicativos e ao fim da operação (ao menos temporariamente). Casos semelhantes vêm ocorrendo com frequência, inclusive em soluções internacionais. O denominador comum: a negligência em relação aos princípios de segurança da informação e proteção de dados desde as fases iniciais do projeto.

Privacidade e Proteção de Dados não podem ser apenas um item no backlog

É comum que startups e empresas em estágio inicial vejam temas como LGPD, cibersegurança e proteção de dados como questões secundárias, passíveis de serem incorporadas “mais à frente”, à medida que o negócio cresce. Essa visão, contudo, é equivocada e altamente arriscada.

Vulnerabilidades não seguem cronograma. A exploração de falhas pode ocorrer a qualquer momento, inclusive no período de maior visibilidade e tração do produto — como em lançamentos, campanhas ou captação de investimentos. Ignorar a proteção de dados pode colocar em risco não apenas a reputação da empresa, mas sua própria continuidade operacional. A privacidade precisa estar presente desde o início (privacy by design), como um diferencial competitivo, mas também como uma condição mínima de existência digital.

O papel consultivo das equipes de tecnologia

No ciclo de desenvolvimento de soluções digitais, as áreas de negócio naturalmente desempenham o papel de idealizar jornadas, funcionalidades e facilidades que atendam às necessidades dos usuários. No entanto, é fundamental compreender que cabe aos times de tecnologia a responsabilidade de avaliar essas demandas sob o ponto de vista técnico, propondo caminhos viáveis, seguros e em conformidade com as melhores práticas de mercado.

A função do time técnico não se limita à execução de requisitos: ela envolve atuar como consultoria interna especializada, direcionando decisões estratégicas, antecipando riscos e protegendo o negócio. Segurança, arquitetura da informação e privacidade não devem ser temas restritos ao pós-go-live. Eles devem ser critérios presentes na própria modelagem do produto.

Infraestrutura segura, com parceiros tecnológicos de qualidade, não substitui engenharia responsável

Empresas que utilizam provedores de tecnologia de renome como AWS, Azure, IBM ou Oracle podem ter a falsa sensação de que a segurança de seus sistemas está garantida. Embora essas plataformas ofereçam camadas robustas de proteção, tenham políticas fortes em cibersegurança e sigam frameworks internacionais, a configuração segura dos ambientes e dos pontos de interconexão, a proteção de APIs, a estrutura das bases de dados, o controle de acesso, as soluções criptográficas e a codificação segura são de responsabilidade direta dos desenvolvedores e arquitetos das aplicações. Sem falar no monitoramento proativo dos sistemas, do ponto de vista de solução e não de plataforma (ex. Cloud / Serverless, PaaS/IaaS).

Não basta ter uma infraestrutura confiável. A responsabilidade pela proteção dos dados permanece com a organização controladora do tratamento — e qualquer falha no design do sistema pode resultar em violações severas, conforme demonstrado em incidentes recentes.

Dados sensíveis requerem controles proporcionais e mais restritivos

A LGPD define como sensíveis dados relacionados à origem racial, orientação sexual, religião, convicções políticas, dados biométricos, de saúde, entre outros. O tratamento inadequado desses dados — especialmente quando acessíveis publicamente ou sem autenticação — não apenas fere a legislação vigente, como expõe os titulares a riscos concretos de discriminação, violência ou constrangimento. A declaração aqui vale para os dados diretamente identificados ou àqueles que podem ser “inferidos” pelo relacionamento com outras bases.

Ao negligenciar esses riscos, a empresa assume a responsabilidade por danos causados aos titulares. O comprometimento com a proteção dos dados sensíveis deve ser formalizado em políticas, processos e controles tecnológicos coerentes com o grau de risco envolvido e auditados com frequência para garantir a plena eficácia.

Privacidade by Design: uma abordagem estratégica

Incorporar segurança e proteção de dados desde a concepção da solução — conceito conhecido como Privacy by Design — é hoje uma exigência regulatória e um elemento essencial de maturidade digital.

Empresas que adotam essa abordagem se beneficiam de:

  • Redução significativa de custos com correções futuras;
  • Menor exposição a riscos reputacionais e regulatórios;
  • Maior confiança por parte de usuários, parceiros e investidores.

Estudos demonstram, inclusive, que falhas corrigidas na fase de produção podem custar até 30 vezes mais do que ajustes realizados ainda na fase de requisitos e design. Assim, a adoção precoce de boas práticas não representa um custo adicional, mas sim uma economia estrutural e investimento no Produto.

Interrupção do serviço: o custo real da negligência em Privacidade e Proteção de Dados

A retirada de uma aplicação do ar por falhas de segurança representa um prejuízo que vai muito além do retrabalho técnico. Trata-se de uma crise reputacional, financeira e, em muitos casos, jurídica. Usuários abandonam a plataforma, investidores reavaliam aportes, parceiros suspendem contratos e autoridades iniciam investigações.

Em uma economia cada vez mais digitalizada e pautada pela confiança, um único incidente pode comprometer meses — ou anos — de construção de marca, base de usuários e tração de mercado.

LGPD: O DPO e sua função estratégica para startups e PMEs

Empresas de menor porte, frequentemente, subestimam a importância do papel do Encarregado de Dados (DPO). No entanto, mesmo em estruturas enxutas, contar com um DPO — especialmente no modelo terceirizado — permite estabelecer uma governança sólida e proporcional, sem sobrecarregar as equipes internas e sem impactar a inovação.

O DPO atua como ponto de contato com titulares e autoridades, orienta decisões internas, participa da avaliação de riscos em novos projetos e assegura que a organização esteja alinhada com os princípios da LGPD. Na prática, ele atua como um guardião da responsabilidade digital da empresa.

Na Macher Tecnologia, o modelo DPO-as-a-Service conecta empresas a um time multidisciplinar com conhecimento jurídico, técnico e de mercado, pronto para apoiar desde as startups em fase inicial até negócios em expansão internacional.

A proteção de dados pessoais deixou de ser um diferencial para se tornar um pré-requisito básico de operação no mercado digital. Empresas que ignoram essa realidade assumem riscos desnecessários — e frequentemente irreversíveis. Mais do que evitar multas ou cumprir formalidades legais, investir em privacidade é investir na resiliência, confiança e perenidade do seu negócio.

A Macher Tecnologia como sua consultoria para a LGPD, Privacidade e Proteção de Dados

A Macher Tecnologia é uma consultoria brasileira especializada em projetos de adequação à LGPD, DPO-as-a-Service e cibersegurança, atuando com times multidisciplinares e hands-on formados por advogados parceiros, gerentes de projeto, especialistas em TI, governança, cybersecurity e gestão de riscos.

Além dos serviços de diagnóstico, mapeamento e implementação de políticas, a Macher Tecnologia desenvolveu ferramentas próprias, como o DPO Helper — uma plataforma SaaS que organiza fluxos de trabalho, registros de tratamento (ROPA), análise de riscos, gestão de políticas e solicitações dos titulares para PMEs. Com isso, garante maior agilidade, segurança e evidência de conformidade.

A empresa também oferece serviços em segurança da informação (ISO 27001/27002, NIST, SOC2), auditorias, suporte à implementação de medidas técnicas e operacionais, programas de conscientização, e consultoria contínua para empresas que desejam evoluir sua maturidade em privacidade e segurança — seja para o mercado nacional ou internacional.

Com uma abordagem inovadora, a Macher Tecnologia auxilia empresas na implementação de estratégias eficazes de conformidade com LGPD e GDPR, fornecendo consultoria, treinamento e ferramentas tecnológicas para gestão de riscos e proteção de dados corporativos.

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