LGPD e a Evolução da função do DPO: da conformidade à estratégia de negócios em um cenário de Cloud, SaaS e Inteligências Artificiais

A crescente demanda por privacidade e proteção de dados tem transformado o papel do Data Protection Officer (DPO) em uma função cada vez mais estratégica para as organizações.

LGPD: A função do DPO (Encarregado pelo Tratamento de Dados Pessoais) frente às novas tecnologias e ambiente digital

Inicialmente, esse profissional era visto apenas como responsável pela adequação às leis e regulamentações, mas hoje ele exerce influência direta na governança corporativa e orienta iniciativas que visam integrar a segurança e a privacidade aos objetivos de negócio. Ao mesmo tempo, o avanço de serviços em Cloud, soluções SaaS (Software as a Service) e Agentes de Inteligência Artificial gera uma expansão de oportunidades, porém traz consigo novos e sofisticados riscos, como vulnerabilidades em infraestruturas terceirizadas, possíveis falhas em APIs e processos de integração, além de ameaças cibernéticas potencializadas por IA.

O DPO, nesse contexto, passa a ser não apenas o “guardião” da conformidade com legislações como a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) e a GDPR (General Data Protection Regulation), mas também um facilitador de processos que antecipam riscos, promovem uma cultura de segurança e garantem a capacidade de resposta rápida frente a incidentes. Esse papel exige um trabalho conjunto com equipes de TI, Jurídico, Segurança da Informação, Desenvolvimento e áreas de negócio, para que haja uma visão unificada e 360o sobre o fluxo de dados e a respectiva proteção em diferentes etapas e soluções.

A expansão da Computação em Nuvem (Cloud) e das soluções SaaS (“As-a-Service”) transformou o modo como as empresas armazenam, processam e compartilham dados. A escalabilidade, potencial de inovação e flexibilidade de tecnologias em nuvem são extremamente atrativas, mas podem comprometer a segurança se não houver configurações robustas, monitoramento e controle de acessos adequados. A famosa “Governança”.

Por outro lado, a adoção crescente de agentes e ferramentas de Inteligência Artificial também aumenta o nível de complexidade das organizações. A mesma IA que auxilia na automação de tarefas e na análise de grandes volumes de informações já vem sendo utilizada por cibercriminosos em ataques direcionados e automatizados. Assim, as vulnerabilidades deixam de ser exclusivamente humanas ou de sistemas limitados e passam a envolver algoritmos capazes de se adaptar e aprender sobre as defesas das redes corporativas. Desde ataques de phishing até ataques extremamente rebuscados.

O DPO: A Multidisciplinaridade na privacidade e proteção de dados

Diante desse cenário, fica claro que o DPO precisa desenvolver competências além do conhecimento jurídico ou regulatório ou apenas de TI, incorporando estratégias de segurança da informação e gestão de riscos que abarquem todos os atores envolvidos no ciclo de tratamento de dados. A importância da multidisciplinaridade da função do Encarregado cada vez mais fica evidente.

Essa atuação passa necessariamente pela educação dos colaboradores, pois o fator humano continua sendo porta de entrada para diversas ameaças, como phishing e ransomware. O DPO também deve compreender, pesquisar, sugerir e incentivar a adoção de ferramentas automatizadas de conformidade e monitoramento, que utilizam IA para detecção de comportamentos anômalos e alertas em tempo real, possibilitando respostas rápidas e decisivas no caso de brechas ou incidentes.

GDPR: A responsabilização de diretores em incidentes de privacidade

Um ponto relevante que tem ganhado força no exterior é a movimentação para responsabilizar pessoalmente executivos e membros do conselho em casos de incidentes de privacidade, vazamentos de dados e cybersegurança. Se antes as penalidades financeiras ficavam concentradas na esfera corporativa, agora se discute com mais ênfase a implicação individual dos diretores, que podem enfrentar multas e ações legais específicas. Embora no Brasil a LGPD ainda não seja tão explícita quanto a essa responsabilização pessoal, a tendência internacional pressiona a alta gestão a reforçar práticas de governança e segurança, temendo não apenas prejuízos à reputação e às finanças da empresa, mas impactos diretos em sua própria carreira.

Previsões para a função do DPO em 2025 e 2026

Com base em tudo isso, o futuro do papel do DPO em 2025 e 2026 aponta para uma atuação ainda mais estratégica e abrangente. A privacidade não será vista apenas como uma obrigação regulatória, mas como um pilar fundamental que conecta fatores de inovação, reputação corporativa e vantagem competitiva. Além disso, o conceito de Data Ethics, que envolve transparência e accountability no uso de dados, será cada vez mais incorporado às práticas de mercado. Esse movimento de responsabilização e engajamento ético poderá se integrar, inclusive, às pautas de ESG (Environmental, Social, Governance), tornando o DPO um agente crucial para que as empresas atinjam níveis elevados de confiança e sustentabilidade no tratamento de dados.Em síntese, a evolução do DPO exige uma mentalidade proativa, capaz de enxergar a privacidade e a proteção de dados como parte integrante de uma estratégia de negócios sólida e robusta. O profissional que se destacar nessa área não apenas garantirá que sua organização esteja em conformidade com leis como a LGPD e a GDPR, mas também atuará como conselheiro estratégico, ajudando a construir ambientes de TI seguros, a promover uma cultura de proteção de dados e a fortalecer a reputação da empresa no mercado. Na Macher Tecnologia, acreditamos que a inovação precisa ser acompanhada de práticas éticas e responsáveis, e que o DPO é a figura-chave para sustentar esse compromisso, hoje e nos próximos anos.

DPO-as-a-Service: Uma alternativa para atacar a volatilidade do ambiente Digital

A adoção de DPO-as-a-Service neste ambiente ágil e extremamente mutável oferece às organizações a capacidade de contar com profissionais especializados em privacidade e proteção de dados sem precisar manter uma estrutura interna robusta e, muitas vezes, custosa – justamente pela questão da multidisciplinaridade. Em cenários de rápidas mudanças regulatórias e crescente sofisticação de ameaças cibernéticas, ter acesso a um time de experts que acompanham constantemente as atualizações legais e as melhores práticas de segurança representa uma vantagem competitiva, garantindo que a empresa se antecipe aos riscos e responda de forma ágil a incidente ou exigência do mercado.Além disso, essa modalidade de serviço permite um ajuste mais dinâmico dos recursos de acordo com as necessidades específicas de cada momento. Se a organização passa por um período de expansão ou implementação de novas soluções tecnológicas, é possível redimensionar o suporte do DPO-as-a-Service para conduzir avaliações de impacto, realizar auditorias mais frequentes ou orientar os colaboradores em treinamentos. Com esse modelo, a empresa não apenas obtém economia de custos e eficiência operacional, mas também fortalece sua governança de dados, consolidando uma cultura de segurança e conformidade capaz de enfrentar os desafios de um mundo cada vez mais digital e incerto.Como alternativa ao DPO-as-a-Service e à terceirização, algumas empresas optam por contratar consultorias que ofereçam uma perspectiva externa e especializada para apoiar suas equipes internas de privacidade. Dessa forma, a equipe interna ganha suporte pontual e direcionado para áreas específicas, ao mesmo tempo em que mantém maior autonomia na condução de atividades e desenvolvimento de uma cultura de privacidade dentro da própria organização.

Sobre a Macher Tecnologia

A Macher Tecnologia é uma empresa especializada em soluções Digital, focada em privacidade e proteção de dados. No mercado desde 2018, suporta clientes de diferentes indústrias em suas jornadas de conformidade.

Com uma abordagem inovadora, a Macher Tecnologia auxilia empresas na implementação de estratégias eficazes de conformidade com LGPD e GDPR, fornecendo consultoria, treinamento e ferramentas tecnológicas para gestão de riscos e proteção de dados corporativos.

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