LGPD e a importância da segurança de dados: quando bilhões de registros ficam expostos
Por que aplicar medidas restritivas em bases de dados e APIs é fundamental
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Recentemente, em 2025, foi divulgado que cerca de 13 TB de dados contendo aproximadamente 40 bilhões de registros ficaram expostos por falta de criptografia e controle de acesso.
Mesmo organizações que operam em larga escala ainda revelam falhas graves na proteção de dados — e essa realidade reforça lições importantes para qualquer empresa que trate informações sensíveis, sujeitas a leis como a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) ou o General Data Protection Regulation (GDPR).
Medidas restritivas em bases de dados e APIs
Quando uma base de dados ou API está pública ou mal configurada, qualquer pessoa ou agente mal‑intencionado pode acessá‑la, extrair registros, perfilar usuários, realizar phishing, ou engajar processos de fraude.
No caso citado, a base não apresentava criptografia ou autenticação adequada, permitindo que qualquer indivíduo acessasse a base da empresa. E isto não é um incidente novo: já houve diversos casos semelhantes, com empresas de diferentes portes e em diferentes geografias.
Para mitigar riscos desse tipo, é imprescindível adotar uma série de controles técnicos e organizacionais:
- Autenticação moderna – garantir que os acessos à API ou à base exijam credenciais sólidas, idealmente não vinculados à usuários e senhas individuais, mas sim através de certificados, validações de IP e atribuições via soluções equivamentes ao ActiveDirectory (AD) da Microsoft, por exemplo.
- Rede e firewall – limitar o acesso ao ambiente de dados através de segmentação, “bastion host”, firewalls, monitoramento constante de acessos e volume de requisições com políticas de segurança de rede que impeçam conexões diretas não autorizadas.
- API gateways e controle de acesso – todas as APIs devem passar por gateway que realize autenticação, autorização, limitação de requisições (rate limiting), proteção contra ataques de injeção, validação das estruturas da requisição, verificação de origem, logs, etc.
- Validação de acesso por IP e outras credenciais de origem – quando aplicável, restringir chamadas ou acessos às bases ou APIs apenas a determinados blocos de IP ou redes conhecidas, ou usar listas de controle de acesso (ACLs) para minimizar a superfície de ataque.
- Criptografia de dados em repouso e em trânsito – bases de dados e backups devem ser criptografados, e as conexões entre componentes devem usar TLS/SSL, para que mesmo no caso de acesso indevido os dados não sejam legíveis. Há possibilidade de encriptar discos, bases e campos, além de técnicas de mascaramento.
- Backups seguros – não basta criptografar a base principal; os backups, replicações e snapshots também precisam ter proteção equivalente (criptografia, controle de acesso, retenção apropriada).
- Ambientes novos via automação/script – ao criar novos ambientes (desenvolvimento, homologação, produção), o ideal é fazê‑lo por meio de scripts (Infraestrutura como Código, IaC) para garantir que todas as configurações de segurança — redes, firewall, gateways, roles, políticas de acesso — sejam aplicadas de forma padronizada, reproduzível e auditável.
Automatização desde o início: Protegendo a Infraestrutura com IaC
Criar ambientes manualmente costuma provocar diferenças, omissões e configurações divergentes — o que compromete a segurança.
Ao adotar scripts ou templates (por exemplo em Terraform, CloudFormation, Azure ARM, Ansible), você garante que cada instância do ambiente traga as mesmas regras de segurança: redes isoladas, sub‑redes privadas, logs ativados, monitoramento, APIs protegidas, gateways, roles mínimas, criptografia habilitada, backups com retenção adequada.
Isso faz com que incidentes por configuração indevida diminuam significativamente e a governança interna ganhe consistência.
O papel da criptografia em bases de dados e backups na Privacidade e Proteção de Dados
Quando bases de dados não possuem criptografia em repouso (“at rest”), ou os backups permanecem “à vista” ou mal protegidos, o risco deixa de ser apenas “acesso indevido” e passa a ser “acesso + leitura compreensível”.
No caso público citado, não havia qualquer proteção — o que permitiu que dados pessoais fossem coletados livremente. Isso contraria os princípios de privacidade “por padrão” e “desde a concepção” exigidos pela LGPD/GDPR.
A criptografia plena — tanto da base como de seu backup e das réplicas — deve ser uma regra, não uma exceção.
O papel do DPO na Proteção de Dados: Medidas técnicas e POPs como estratégia de controle e segurança
Para além das medidas técnicas supracitadas, a organização deve estruturar medidas técnicas e organizacionais robustas. O Data Protection Officer (DPO) — juntamente com as equipes de TI e Segurança da Informação — deve assegurar que as políticas e procedimentos estejam alinhados com a legislação aplicável (LGPD/GDPR), avaliar riscos, gerir incidentes, atuar como ponte entre TI, negócio e times jurídicos.
Entre as suas responsabilidades estão:
- Mapear bases de dados e APIs, identificar os tratamentos de dados pessoais (quem acessa, por que, qual base legal).
- Garantir que existam Procedimentos Operacionais Padrão (POPs) para acesso, autenticação, validação, logs, respostas a incidentes, backup e recuperação. E que evidências estejam sendo geradas com frequência.
- Verificar que os controles técnicos (criptografia, firewall, gateways, controle de acesso) estejam implementados e mantidos.
- Monitorar métricas de segurança, fazer auditorias, revisões periódicas de configuração e acesso.
- Promover conscientização junto aos times de negócio e produto sobre privacidade, riscos e boas práticas, através de treinamentos constantes.
O incidente recente que expôs 40 bilhões de registros é um alerta claro: sem autenticação moderna, sem segregação de rede, sem API gateways, sem validação de acesso, sem criptografia e sem automação, as organizações ficam vulneráveis a vazamentos massivos e suas consequências reputacionais, regulatórias e financeiras.
Ao adotar scripts na criação de ambientes, ao configurar bases e backups com criptografia, ao utilizar gateways de API e firewalls, ao ter um DPO atuante com POPs bem definidos — você contribui para fortalecer a governança de dados, reduzir riscos e gerar confiança junto a clientes, reguladores e parceiros.
Se a sua empresa busca avançar na adequação à LGPD e/ou GDPR, ou quer estruturar uma governança de dados robusta com automação, segurança de APIs e bases de dados, a Macher Tecnologia está pronta para apoiá‑la. Oferecemos consultoria completa em compliance de privacidade, adequação à LGPD, proteção de dados, implementação de controles técnicos (criptografia, rede, firewall, API gateway) e automação de ambientes. Entre em contato conosco e descubra como podemos fortalecer sua infraestrutura de dados — com segurança, eficiência e transparência.
A Macher Tecnologia é uma consultoria para LGPD e atua como DPO-as-a-Service (DPOaaS)
A Macher Tecnologia é uma consultoria brasileira especializada em projetos de adequação à LGPD, DPO-as-a-Service e cibersegurança, atuando com times multidisciplinares e hands-on formados por advogados parceiros, gerentes de projeto, especialistas em TI, governança, cybersecurity e gestão de riscos.
Além dos serviços de diagnóstico, mapeamento e implementação de políticas, a Macher Tecnologia desenvolveu ferramentas próprias, como o DPO Helper — uma plataforma SaaS que organiza fluxos de trabalho, registros de tratamento (ROPA), análise de riscos, gestão de políticas e solicitações dos titulares para PMEs. Com isso, garante maior agilidade, segurança e evidência de conformidade.
A empresa também oferece serviços em segurança da informação (ISO 27001/27002, NIST, SOC2, TISAX), auditorias, suporte à implementação de medidas técnicas e operacionais, programas de conscientização, e consultoria contínua para empresas que desejam evoluir sua maturidade em privacidade e segurança — seja para o mercado nacional ou internacional.
Com uma abordagem inovadora, a Macher Tecnologia auxilia empresas na implementação de estratégias eficazes de conformidade com LGPD e GDPR, fornecendo consultoria, treinamento e ferramentas tecnológicas para gestão de riscos e proteção de dados corporativos.
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